Esta localidade, situada a norte de hammamet e perto do Cabo Bon, tem aspecto de ser uma zona de balnear para, maioritariamente, consumo doméstico. Há muitas casas típicas de fim-de-semana e de férias, alguns aldeamentos turísticos e tudo com um aspecto muito agradável. Ruas limpas, cuidadas, jardins floridos, tudo muito aprumado. Pelo aspecto das habitações e pessoas que circulam nas ruas, deve ser ambiente para a classe média alta e alta. Chegamos à praia e ao restaurante onde iríamos almoçar: com parque privativo, uma tropa de segurança privada à porta e em redor, guardando várias viaturas de alta cilindrada que lá se encontravam. Confirmavam-se os prognósticos, o restaurante, soberbamente bem localizado, sobre o mar, com uma vista espectacular por toda a baía, tanto para a direita, como para a esquerda, praias de areia branca e águas límpidas, de um azul celeste, magníficas. O restaurante, com uma esplanada mesmo sobre uma mar e com mesas sobre as rochas, para pequenos grupos, ou mesmo apenas para um casal, criando naturalmente salas privadas, aconchegantes e românticas, onde, se quisessemos, podiamos molhar os pés em água do mar. De quando em vez, com as suaves ondas, podiam-se admirar pequenos cardumes de peixes que dançavam, como que para alegrar este quadro vivo.
Antes do almoço ainda houve tempo para dar uns mergulhos neste mar caribenho, embora a temperatura ficasse aquém das expectativas, para o cenário ser o ideal. No entanto estava-se perfeitamente bem dentro de água, uma praia em que se podia penetrar pelo mar cerca de 50 ou 60 metros e a água dáva-nos apenas pela cintura. Estivemos nisto durante uma hora e meia e depois fomos almoçar, ao resturante com a mesa já marcada, em cima de uma das rochas junto ao mar.Na rocha ao lado de nós, encontrava-se um grupo de tunisinos, com aparência de bem sucedidos na vida: pela forma de consumo, bebiam vinho, comiam frutos do mar, as três mulheres do grupo, na casa dos quarenta anos, com aparência cuidada e trajando uns simples biquinis atrevidos, até para nós, qualquer dia ainda as supreendiamos a fumar.
O almoço foi óptimo. O restaurante disponibilizava uma variedade razoável de pratos de peixe, marisco e carne, comida típica tunisina, italiana e internacional. Tinha menus fixos, compostos por entrada, prato principal e sobremesa, tudo por 32Dt (aproximadamente 18 Euros); um casal do nosso grupo optou pelo menu fixo e foi-lhes generosamente bem servido uma saladinha de polvo, seguida de uma espetada de peixe com salada e arroz, e uma sobremesa à escolha. Nós optamos por comer como entrada 3 camarões tigre cada um, seguido de um esparguete com frutos do mar e uma posta de Mero grelhada com batatas e salada. À sobremesa comemos um gelado de baunilha, maravilhoso, e uma porção de melão dulcíssimo. Bebemos águas e refrigerantes e no final, ao verificarmos a conta, após a divisão exacta por casal, chegamos a conclusão que poderiamos dividir o total por seis ou por três, que ía dar ao mesmo, pagamos por casal cerca de 80Dt (48 Euros), já com uma generosa gorjeta incluída. Comparando, é impossível resistir a esta tentação, com um almoço nas mesmas condições do serviço que nos prestaram, a qualidade dos ingredientes gastronómicos, o serviço dos empregados e a paisagem paradisíaca, tudo isto vale muito dinheiro, e em Portugal, das raras vezes que temos oportunidade de desfrutar de um ambiente similar, fica uma sensação euromaníaca de gasto desmesurado. Aqui foi justo, e com a sensação de que foi um bom negócio para todos, o que nos serviram e para nós, os contemplados.
Correu bem, a pintura ficou como suponhamos, levou algum tempo a secar, o que nos fez chegar mesmo em cima da hora à porta do restaurante. Situação estranha, reparamos que as pessoas ao entrar, apresentavam bilhetes, que nós não fazíamos ideia, nem sabíamos que eram necessário. Conclusão, depois de dialogarmos com o porteiro, fiquei a saber que nos deveriam ter dado os ingressos para o jantar na recepção do hotel. Lá fui em passo de corrida para o hotel à procura dos bilhetes. Recuperados, voltei ao restaurante, mas dado ao adiantado da hora deram-nos dois lugares numa mesa mais afastada do palco e eu, por azar, vi o espectáculo por trás de um pilar. Foi desagradável, mas foi assim. Não merecia a pena protestar, pois reparei que havia mais casos como o meu e não se vislumbrava solução para este embróglio, uma vez que o grande salão estava cheio, com lotação esgotada. Entretanto o jantar começou, assim como o espectáculo. Não vi grande coisa do espectáculo e do menu, umas entradas com vários tipos de salgados, e depois o prato principal que não convenceu, um cabrito estufado com arros de passas e amêndoas, a sobremesa foi o melhor, um bolo de bolacha com chocolate muito frio e húmido, gostamos. No fim, deixamos a sala com alguma frustração, o espectáculo e o jantar não coincidiam com a nomenclatura que nos referiram, imperdível. Mas gostos não se discutem, como é natural. Acabamos a noite, já no hotel, à conversa com os companheiros de viagem desse dia, do Porto, à volta de um chá de menta na esplanada, a programar o último dia da nossa estada em Hammamet. Em princípio, amanhã será praia e as últimas compras.
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